A terapia sexual, por meio de técnicas educativas, cognitivas e comportamentais, auxilia no autoconhecimento, relaxamento e prazer durante o sexo. Saiba como funciona.
Antes de começarmos a explicar sobre terapia sexual, você se identifica com um desses problemas?
- Não consegue ter relações por sentir muita dor na penetração
- Nunca ou quase nunca consegue chegar ao orgasmo
- Baixa libido, ocasionando conflitos no relacionamento
- Perda de ereção frequente
- Insatisfação devido ejaculação precoce
Imagino que até chegar aqui você não sabia como resolver essas dificuldades ou então já fez diversas tentativas que não deram certo. O Sexologia em Diálogo preparou um guia informativo sobre como a terapia sexual funciona e como pode te ajudar a se livrar das disfunções sexuais
A terapia sexual não envolve sexo durante as sessões, mas sim orientações e tarefas passadas em consultório para serem realizadas em casa. Assim, o(a) paciente terá oportunidade de se desenvolver a cada semana, na intimidade do seu lar, juntamente com seu parceiro ou parceira. O tratamento se mantém em gradativo progresso, sempre atualizado com novas informações, percepções e experiências relevantes do cliente.
Como funcionam os atendimentos e quais técnicas são usadas?
No primeiro atendimento, é feito a anamnese, uma entrevista clínica que busca identificar os sintomas e o histórico de desenvolvimento do adoecimento, essencial para construir a hipótese diagnóstica e o plano de tratamento individual. Retomar a história de vida ajuda também o paciente a entender de onde vêm suas dificuldades, se autoconhecer e se motivar.
Durante todo o processo são oferecidas Orientações em Educação Sexual que ajudam o paciente a entender como funciona a anatomia e a fisiologia da resposta sexual feminina e masculina e quais os melhores estímulos para libido, excitação e orgasmo.
Geralmente, no início do processo, trabalhamos exercícios de relaxamento e treinamento de atenção plena que ensinam a relaxar, concentrar em sensações prazerosas e, ao mesmo tempo, afastar distrações negativas durante o sexo.
Em vários casos, é recomendado suspender as tentativas frustradas no início do tratamento, chamamos esse momento de ‘coito proibido’. Isso evita aumento da sensação de incompetência e ajuda o casal a experimentar novas possibilidades e a se reconectar sem a pressão da ereção/penetração.
Essa recomendação faz parte também do processo de dessensibilização sistemática. É como se construíssemos uma escada, em que você vai avançando de forma segura e progressiva. De acordo com as necessidades de cada caso, são propostos exercícios em sequência: banhos terapêuticos, focalização sensorial, exercícios de Kegel, massagem e uso de dilatadores – com a participação gradual do parceiro/parceira – até retomar a permissão da penetração.
A focalização sensorial é um exercício de toque e massagem que o casal faz em casa, que tem como objetivo ajudar na conexão, intimidade e comunicação. A partir desse exercício é possível expandir as possibilidades de encontro sexual sem ter a penetração como foco. Os exercícios de Kegel orientam diferentes formas de contrair e relaxar o assoalho pélvico, trabalhando consciência corporal, domínio e relaxamento dessa musculatura. Nos casos de vaginismo, os exercícios de kegel podem ser utilizados em conjunto com os dilatadores vaginais, para conseguir penetração confortável e sem dor.
Recomendamos também treinos de masturbação. De forma progressiva, o paciente é orientado a completar uma série de exercícios para explorar seu corpo e os órgãos genitais de modo a tornar-se mais autoconsciente e seguro de suas capacidades.
Nas mulheres com dificuldades de chegar ao orgasmo, a masturbação ajuda a conhecer melhor o próprio corpo, reconhecer o que desperta seu prazer; aprender onde e como gosta de ser tocada e finalmente descobrir, em um contexto seguro, que é capaz de chegar ao orgasmo! Nos homens com ejaculação precoce, o treinamento de masturbação estimula consciência corporal e autodomínio, possibilitando que esse homem aprenda a relaxar, se concentrar e aumentar seu tempo de estimulação antes de chegar ao orgasmo.
Essas são as principais técnicas em Terapia Sexual que podem ser usadas no tratamento de diferentes disfunções. A escolha das técnicas depende das necessidades de cada paciente. É importante que o terapeuta domine essas técnicas e, se for necessário, faça adaptações para personalizar o processo de terapia.
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